Especialista diz que é
importante ter um cuidado integral com os pacientes
Os progressos na oncologia permitem que muitos casos de pacientes com câncer avançado sejam tratados como uma doença crônica. Isso significa que mais pessoas estão convivendo bastante tempo com a doença, o que reforça a necessidade de tratamentos contínuos que visam garantir, acima de tudo, qualidade de vida. E o controle da dor é parte central nesse processo.
A médica Jeane Juver, médica Anestesiologista, com Área de Atuação em Dor e professora Ajunta da
Faculdade de Medicina da UFF, explica que as jornadas de tratamento variam entre os
pacientes podendo ser rápidas ou virem
às custas de efeitos colaterais indesejáveis, incluindo os incômodos físicos. “Por
isso é fundamental que todo tratamento de câncer, seja ele diagnosticado
precocemente ou já em estágio avançado, contemple cuidados paralelos, que vão
além do tratamento para controlar o câncer”.
Explicar o que é dor é muito diferente de senti-la.
Dores raramente estão relacionadas a um único fator. Elas possuem componentes
físicos, psicológicos, espirituais e até sociais. É uma sensação subjetiva e
que, até por isso, às vezes recebe menos atenção do que deveria. Segundo Jeane
Juver é importante ficar claro que dor é dor e não importa a causa ou a
intensidade, sempre merece ser levada com seriedade.
Para eliminar ou minimizar os desconfortos físicos
do paciente, Jeane esclarece que é necessário superar alguns tabus. “Há uma
enorme resistência no Brasil em relação ao uso de opióides(medicamentos
utilizados no tratamento da dor), como a morfina, para controlar dores
moderadas e graves. É verdade que a utilização indiscriminada e mal indicada pode
trazer consequências — e, por isso, não deve ser banalizada. Mas há milhares de
pacientes que poderiam se beneficiar destes compostos e que acabam sofrendo sem
necessidade por medo”.
A médica afirma que é necessário tratar as dores com fármacos adequados a sua intensidade (sempre com acompanhamento médico, claro!). “É necessário ainda integrar melhor os tratamentos oncológicos e os paliativos, dando visibilidade aos ganhos que cada terapia oferece em qualquer fase da doença, precoce ou avançada” diz Jeane.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), “cuidado paliativo é uma abordagem que melhora a qualidade de vida do paciente e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a vida. Previne e alivia o sofrimento por meio da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psíquicos, sociais e espirituais”.
Jeane Juver
lembra que estudos bem feitos demonstram que pacientes com câncer que
recebem cuidados paliativos precocemente apresentam alívio dos sintomas,
melhora da qualidade de vida e aumento na sobrevida global. O Ministério da Saúde,
entendendo a importância dessa estratégia terapêutica, publicou em novembro de
2018 uma resolução que normatiza os cuidados paliativos no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Uma relação de confiança entre médico e paciente, além do suporte emocional e espiritual, faz a diferença no tratamento dos pacientes. “Em estágios avançados da doença, nos quais a cura já não é mais possível, dores emocionais podem surgir e influenciar decisões sobre seguir ou não com a quimioterapia, por exemplo” esclarece a médica afirmando que as pessoas com câncer têm autonomia para opinar sobre seu tratamento. “Mas, para isso, elas precisam ser bem orientadas sobre os benefícios em sobrevida e qualidade de vida e sobre os efeitos colaterais das opções disponíveis, sejam elas oncológicas ou paliativas. Não se trata de desistir da vida, mas sim de ajudar a viver melhor”.
Clínica de Medicina Paliativa e da Dor Jeane Juver
Local: Av. Ayrton Senna N° 2600- condomínio Link Offive 2- BI 4- sala 219-
Barra da Tijuca WhatsApp: (21) 97125-6173 / (21) 99642-2537
Local:
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